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Notícias do CEBRAC

O Sistema de Ensino na Suíça

Por NATHÁLIA ANTONIO.


Para nós brasileiros o sistema educacional é claro, primeiro vamos à escola (primário e fundamental), logo depois ao ensino médio (técnico ou não), e finalmente à faculdade. Entretanto, tal regra não se aplica aqui na Suíça.


O sistema de educacional suíço é muito mais complexo do que o nosso e outros países europeus como Itália, Portugal e Espanha. Isso porque, o mesmo possui inúmeras vertentes e por consequência, possibilidades de escolhas para os alunos. Por um lado pode ser bom mas por outro pode gerar muita confusão, principalmente entre os imigrantes.


E por esta razão, vamos hoje esclarecer algumas das recorrentes dúvidas que pais e alunos possuem!!! Para isso fomos entrevistar Giuliana Lamberti, diretora da associação S.E.S.J. (Starke Eltern - Starke Jugend = Pais fortes - Jovens fortes), que ajuda e apoia pais e alunos a trilharem o melhor caminho dentro do ensino suíço.


Vale ressaltar o fato do sistema educacional suíço público ser descentralizado, sendo os Municípios (fase de jardim de infância) e Cantões os responsáveis por prover serviços educacionais para a população. Com isso, pode existir algumas peculiaridades que variam de Cantão para Cantão. Outra informação válida é de que o ensino público é totalmente gratuito.


Entrevista


Iniciando a conversa, perguntei para Giuliana como se organiza o sistema suíço de ensino. A mesma me respondeu que tudo começa no jardim de infância (crianças a partir de 4 anos de idade, com duração de 2 anos), depois se direciona para a escola primária, que tem duração de 6 anos.


Após esse período, o aluno é encaminhado para a escola secundária. O nível secundário tem o objetivo de engatar a preparação de uma formação profissional ou continuação dos estudos, e é dividido em três níveis de acordo com o rendimento do estudante.


Os níveis são: Secção A - para àqueles com melhor desempenho; Secção B - desempenho mediano; e Secção C - para todos os estudantes com mais dificuldade. Concluindo então 9 anos de ensino obrigatório.

Vale ressaltar que, também existe o chamado ginásio longo, possuindo duração de 6 anos, e com início depois da escola primária. E termina com um exame de aptidão para o ensino universitário.


“Lembrando que no Cantão de Zurique só existe sec. A e sec. B.” Enfatizou Giuliana.


Finalizando as eventuais secções, o aluno irá encontrar mais ramificações nesse caminho, tais ramificações são escolhas de estudos profissionalizantes, que dependendo mais uma vez do desempenho, ele poderá escolher.


São as opções: Ginásio curto (precisa de prova no Cantão de Zurique mas não no Cantão Aargau , sendo necessário verificar o Cantão em que se mora), escolas médias especializadas ou formação profissional inicial mais conhecida como aprendizagem.



Figura 1- Representação gráfica disponibilizada pela associação S.E.S.J.


Ginásio curto


Giuliana me esclareceu o fato do Ginásio curto ser uma escola com um ensino acadêmico bem intensivo, requerendo do aluno muitas horas de estudo e leitura. Aqui, a parte prática não é o foco.


“Se o jovem quiser algo mais prático, essa não será a melhor opção para ele”, disse Giuliana.


Os alunos terminam entre 19 e 20 anos, e finalizam os quatro anos de ginásio com a Matura, que é o certificado de conclusão que o estudante precisa para poder entrar na universidade.


Escolas médias especializadas


Neste ramo o jovem possui um ensino voltado para parte profissional, especializada em alguma profissão como por exemplo informática, administração, economia...


Ele escolhe um segmento profissional que lhe agrade mais, e a partir de então, vai aprender tudo sobre a profissão.


Ao final dos estudos, o jovem precisa do “Berufsmatura” para ter seu certificado de conclusão e poder seguir para uma escola superior técnica.


Aprendizagem


São de 2 à 4 anos tanto da parte prática, quanto da parte teórica. O aprendiz irá, três ou quatro dias na semana, trabalhar em empresas autorizadas, e os outros dias da semana frequentará uma escola para aprender mais sobre a carreira que está se especializando.


Apesar de ser um pouco discriminada pelos estrangeiros, esta opção é uma das mais escolhidas entre os jovens, tendo em vista a aceitação de mercado e prática da profissão que proporciona aos aprendizes. E de forma recíproca, algumas empresas costumam preferir contratar jovens que já tenham esse conhecimento do dia a dia profissional aos que somente possuem a parte teórica.


Com o término do aprendizado, o estudante tem um diploma profissional (EBA ou EFZ, em alemão). Pode fazer (durante a aprendizagem ou depois de terminar esta) o “Berufsmatura” para o caso de querer seguir a sua formação numa escola superior.